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“Pacto Juntos por Campo Grande” traz prefeito de Vitória para falar sobre gestão compartilhada

Próxima fase do projeto será concluída no dia 19 de julho, com a produção do documento que será entregue aos candidatos a prefeito municipal

A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) realizou no dia 5 de julho, no hotel Deville Prime, mais uma etapa do “Pacto Juntos por Campo Grande”. Na ocasião, o prefeito de Vitória/ES, Luciano Rezende contou sua experiência com a gestão compartilhada na administração do município.

O evento reuniu cerca de 200 pessoas entre representantes de diversos movimentos da sociedade civil organizada, empresários e políticos, com o objetivo de ouvir a experiência de Rezende sobre o modelo de administração horizontal, a fim de auxiliar na construção do documento, fruto do Pacto, com as novas diretrizes de desenvolvimento da Capital e que será apresentado aos candidatos a prefeito.

Luciano Rezende é prefeito de Vitória/ES desde 2012. Foi vereador do município por quatro legislaturas consecutivas entre 1993 e 2008. Ocupou os cargos de secretário municipal de Educação (2001-2002) e de Saúde (2003-2004). Entre 2009 e 2010 ocupou a pasta de Esportes do Estado. Ele é médico, pós-graduado em medicina esportiva. “Fiquei honrado por contar à Campo Grande minha experiência com nosso modelo de gestão compartilhada, um modelo horizontal, em linha, onde eu gosto de dizer que é definido pela expressão “somos todos prefeitos”, e é um modelo que absolutamente vai sobreviver ao século 21, conectado com a população, por meio da tecnologia, com reuniões presenciais, mas especialmente com a ajuda da internet”, resumiu.

Em sua explanação, Luciano Rezende contou que o trabalho em linha é feito principalmente por meio de ferramentas digitais, conectando todos os cidadãos de Vitória. “Eu gosto de convidar a todos para que sejam prefeitos e prefeitas, e esse processo envolve a criação e o fortalecimento de conselhos de toda espécie. Temos mais de 3 mil conselheiros em todas as áreas. Fazemos reuniões no gabinete itinerante, que é o prefeito com seu secretariado migrando dentro da cidade, como se fosse uma reunião clássica de condomínio, e também usamos ferramentas tecnológicas”, explicou.

Para facilitar e tornar todos gestores, ele contou que os moradores possuem seus contatos pessoais e podem acioná-lo sempre que necessário. “Todos têm o meu telefone celular pessoal com WhatsApp. As unidades de saúde são avaliadas por torpedo, e depois que você sai da consulta pode dar uma nota de 0 a 10 para o atendimento. O sistema de matricula é online, auditado em tempo real, com toda população participando. Enfim, utilizamos todo tipo de procedimento que possa nos colocar em rede de forma horizontal com a população”, exemplificou.

Sobre a iniciativa do “Pacto Juntos por Campo Grande”, Rezende avaliou o movimento como generoso e suprapartidário, “juntando todo mundo que tem condição de discutir um futuro e de posicionar uma cidade, um estado e o país”. “Esse é o desafio, e eu me sinto muito honrado de ter sido convidado para participar desse processo, trazendo muitas informações que me ajudam a governar lá no Espírito Santo”, finalizou.

Mansour Elias Karmouche, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) disse que pensar no futuro é necessário, e o projeto vem ao encontro de quem quer desenhar uma cidade melhor, onde as pessoas tenham respeito e dignidade “É muito importante fazermos esse Pacto, pois precisamos ter administradores responsáveis, e essa responsabilidade precisa ser compartilhada pelas instituições, pela sociedade civil organizada para que amanhã a gente possa inclusive cobrar àqueles que estão se propondo a ser nossos administradores de forma veemente. Por conta disso estamos pensando no Pacto Juntos por Campo Grande, unindo esforços para que seja traduzido em melhoria de vida para as pessoas que aqui vivem”, colaborou.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/MS), Osvaldo Abrão de Souza, disse que o Pacto significa a retomada da cidade. “Durante um tempo nós terceirizamos a cidadania e deixamos que outras pessoas tomassem conta do que é nosso, do que é do cidadão. Tenho uma expectativa de que o Pacto venha a ser uma retomada. O CAU é um Conselho novo e nós estamos presentes em todos os eventos em que o arquiteto e o urbanista possa contribuir. A função de organizar as cidades é do arquiteto e do urbanista, pois ele tem conhecimento técnico para ajudar a conduzir esse processo. Então o CAU quer participar de todas as formas que sejam possíveis”, afirmou.

Membro do Conselho Político e Social (COPS) da ACICG, Fausto Matto Grosso disse que o evento foi o coroamento de um processo de discussão que reuniu subsídios para formulação do documento. “A palestra do prefeito de Vitória, que está fazendo uma gestão de destaque no País, nos mostrou perspectivas inovadoras de gestão que servem para fazermos uma avaliação crítica de como estamos fazendo, e o que deve ser mudado na administração do município”.

Desde o seu lançamento no dia 19 de maio, com a palestra do Senador Tasso Jereissati – propulsor da ideia no Ceará -, o projeto já realizou reuniões na sede da Associação Comercial, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) e na Associação dos Notários e Registradores (Anoreg-MS), a fim de discutir informações sobre o município, que servirão de base para a formulação das diretrizes que nortearão o desenvolvimento da Capital por meio do documento produzido pelo Pacto.

O presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, reforçou a importância do projeto dizendo que o Brasil vive um momento de crise ética, política, econômica e social, gerando falta de credibilidade interna e externa, com níveis alarmantes de corrupção por indivíduos que têm a certeza da impunidade. “A ideia que lançamos é fruto do movimento #JuntosFaremos, que defende as bandeiras pelo Fim da Impunidade, Fim da Corrupção, por Menos Impostos, Mais Segurança, uma Gestão Pública Eficaz e uma Nova Política, e é extremamente importante que a sociedade participe ativamente. Isso se faz necessário para que Campo Grande volte a se desenvolver”, lembrou.

O documento – No dia 19 de julho, todos os envolvidos no processo se reunirão para redigir o documento que servirá para nortear os candidatos à dirigente de Campo Grande. “Esse é o Pacto. Por meio do documento vamos dizer quais são nossas expectativas para esse novo gestor. Mas o movimento não termina aqui; ele continua após a eleição e será a fase mais importante, representada pelo comprometimento e a execução de tudo aquilo que precisa ser feito, dentro do plano que traçaremos até o ano de 2040. Então o Pacto é o início da nossa meta, que tem a pretensão de desenvolver esse projeto, junto com o poder público, ao lado dele, ou, se for o caso, confrontando-o em defesa do desenvolvimento da nossa cidade”, explicou João Carlos Polidoro.

O presidente da ACICG disse ainda que apesar de as ideias que vão compor o documento estarem em processo de finalização, ainda há tempo para inserir mais diretrizes dentro do que a comunidade espera. “Para enviar sugestões basta que os interessados procurem suas entidades representantes de classe ou seus Centros comunitários para se interarem do que já foi discutido, e por intermédio dos líderes se manifestarem”, concluiu o presidente da ACICG.

#JuntosFaremos – Criado em 2015 pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), o movimento é formado por seis bandeiras que defendem uma Nova Política, a Gestão Pública Eficaz, o Fim da Impunidade, o Fim da Corrupção, Menos Impostos e Mais Segurança. Mais informações podem ser obtidas no site www.acicg.com.br.

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