Conselho Comunitário de Segurança revela os frutos da união entre empresários, moradores da região e parceiros
A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), por meio do Conselho de Segurança, recebeu na última terça-feira, dia 18, uma reunião com representantes da segurança pública, em especial do policiamento comunitário da Capital, para a apresentação de resultados do projeto desenvolvido a fim de melhorar o serviço na região Central. O encontro contou com a presença da perita da Polícia Japonesa Hisami Ohashi, especialista em Polícia Comunitária.
Composto por representantes voluntários da comunidade, o Conselho Comunitário de Segurança da Região Central de Campo Grande/MS (CCS Central – CGR/MS) promove integração com comerciantes, colaboradores e comunidade central com foco na segurança e no bem estar do cidadão. O Conselho atua em parcerias com a ACICG, as polícias Civil e Militar, a Guarda Municipal, o Corpo de Bombeiros e o Conselho do Comércio Central.
Na ocasião, o presidente Conselho de Segurança, Adelaido Vila relatou que durante pesquisa foram apurados nos 20 km quadrados de área correspondentes ao Centro, a existência de 37 mil CNPJs ativos, 120 mil empregos diretos, 77 mil moradores, 37 agências bancárias, hospitais, 94 escolas, várias igrejas e a circulação de mais de 300 mil pessoas diariamente. “A partir daí identificamos os principais problemas, e todos diziam respeito à ausência de policiamento somado a falta de políticas públicas”, explica Vila.
Situações como forte sensação de insegurança, grande quantidade de prédios abandonados, altos índices de furtos e roubos, arrombamentos, grande número de andarilhos e dependentes químicos, flanelinhas que intimidam os condutores de veículos, e exploração sexual de maiores e menores de idade, foram destacadas nas pesquisas.
“A partir do reconhecimento dos problemas da comunidade, o Conselho de Segurança passou a desenvolver ações como as mais de 150 reuniões realizadas com empresários e representantes da segurança pública, e passeatas para envolvimento da comunidade no problema, até chegarmos à conquista da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar, responsável pelo monitoramento extensivo preventivo da área Central”, ressalta o presidente do Conselho.
Outra importante conquista para a região foi a instalação das 22 câmeras de videomonitoramento, além participação ativa do Conselho nas seções da Câmara Municipal para auxiliar na discussão de assuntos da região, como o Reviva Centro. “Também iniciamos uma luta para a requalificação dos espaços urbanos, em parceria com a ACICG, que criou o Conselho do Comércio Central para colaborar nesse trabalho”, cita Vila.
A conscientização dos que transitam pela área Central também é importante para o sucesso dos trabalhos. Panfletagem e informações em sites e redes sociais dão dicas sobre segurança, além de ações desenvolvidas em conjunto com o Ministério Público para ajudar os cerca de 1600 moradores de rua, contabilizados somente no Centro.
“Acredito que a polícia comunitária não é solução mágica para a violência, mas é importante fórmula que irá combater eficazmente a violência urbana em nosso País. Nós vamos continuar nosso trabalho, lutando por mais efetivo nas ruas e melhores condições de trabalho”, finaliza Adelaido Vila.
O presidente da ACICG, João Carlos Polidoro disse que em mais de uma década, graças ao projeto e a união dos parceiros, este é o período de maiores conquistas no setor. “Segurança é fundamental. Já presenciei muitos problemas na segurança pública do Centro, e percebemos que o projeto para a melhoria só passou a dar certo, a partir da união da comunidade e de todos os parceiros. Hoje não temos mais um problema, temos uma solução em segurança pública. Com esse movimento nós entendemos que o trabalho não pode ser atribuído apenas a um lado, como ao governo, por exemplo, pois a segurança pública é problema de todos nós”, explica.
Troca de experiências: A visita da perita da Polícia Japonesa Hisami Ohashi, especialista em Polícia Comunitária é resultado de um Acordo de Cooperação Técnica Internacional na área de Polícia Comunitária entre o Brasil e o Japão, que tem como finalidade o estabelecimento de um sistema contínuo e autossuficiente de multiplicação da Polícia Comunitária pelas instituições brasileiras.
Hisami acompanhou os resultados apresentados pelo projeto e falou sobre o envolvimento da comunidade. “Só é possível ouvir a comunidade se conquistar sua confiança integral. Para isso é necessário essa postura de sacrifício do profissional de segurança para conseguir conquistar esse relacionamento. Eu tenho percebido que esse espírito já está bem incorporado aqui. Tenho que certeza que com a dedicação que os senhores tem demonstrado, muito em breve alcançarão o que almejam”, colabora. Mato Grosso do Sul é um dos três estados brasileiros que recebe a visita técnica.
O coordenador Estadual da Polícia Comunitária, coronel Carlos de Santana Carneiro, que também participou da reunião, disse aos presentes que a troca de experiências entre o Brasil e o Japão resultará em ganhos expressivos para a segurança pública como um todo e principalmente para a Polícia Comunitária.