Pacto - ACICG.

Entidades e dez candidatos à prefeitura da Capital assinam o Pacto Juntos por Campo Grande

Documento produzido por representantes da sociedade civil organizada pede administração transparente, com profissionais capacitados na gestão e o compromisso com o desenvolvimento da Capital

Representantes da sociedade civil organizada e dez candidatos a prefeito da Capital se reuniram na última terça-feira (20), no hotel Deville Prime, para a assinatura do Pacto Juntos por Campo Grande. A Carta assinada configura um termo de compromisso entre o próximo administrador da cidade e a população, em prol do planejamento para o desenvolvimento sustentável do município.

Todos os candidatos a prefeito foram convidados a participar do movimento. Assinaram a carta os candidatos Adalton Garcia (PRTB), Alcides Bernal (PP), representado pelo vice Ulisses Duarte, Alex do PT, Athayde Nery (PPS), Coronel Davi (PSC), Elizeu Amarilha (PSDC), Lauro Davi (PROS), Marcelo Bluma (PV), representado pelo vice Fabio Lechuga, Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (PSDB).

A Carta – Produzida a partir de encontros entre representantes de vários segmentos, o documento pede uma governança baseada na administração transparente visando de fato uma gestão compartilhada. Confira o que está sendo pedido pelas entidades:

  1. A governabilidade terá que se basear na relação transparente entre os poderes municipais e entre esses e a sociedade, visando de fato possibilitar o desenvolvimento de uma gestão compartilhada. Para isto é necessário que as informações da gestão estejam disponíveis, compreensíveis e acessíveis em tempo real para a sociedade;
  2. A profissionalização e a inovação na administração é importante, e é imprescindível ter o compromisso de manter pessoas qualificadas e comprometidas trabalhando com ferramentas eficazes de gestão;
  3. Os programas, projetos e ações da administração devem ter metas claras, que possam ser acompanhadas pela sociedade e avaliadas por indicadores de resultados.
  4. A nova gestão deverá se comprometer a contribuir para o desenvolvimento e execução do plano de longo prazo, que definirá os projetos a serem implantados na Capital até 2040, em todas as áreas (saúde, educação, habitação, segurança, mobilidade urbana, meio ambiente, transporte, cultura, etc.)

Segundo o presidente da OAB/MS, Mansour Karmouche, a assinatura do Pacto visa a possibilidade de cobrar dos próximos gestores um compromisso com a transparência e obediência das diretrizes elaboradas pelas entidades no documento. Karmouche explica que a OAB funciona como uma caixa de ressonância da sociedade e diz que não tem como fazer uma administração fechada, sem ouvir a população.

“Vemos que na época de eleição o candidato, muitas vezes, formula um plano de ação e de governo sem ouvir as entidades que representam a sociedade civil organizada e nós queremos que eles assumam esse compromisso. Quem assinou esse Pacto será muito cobrado, pois nós podemos e vamos cobrar. Conclamamos a população para que faça a sua parte por eleições limpas, contra o caixa 2 e que não vendam o seu voto. Qualquer tentativa de corrupção precisa ser denunciada para que a gente faça uma apuração rigorosa e transforme essa situação que se instalou na política brasileira de forma lamentável”, afirmou.

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU /MS), Arquiteto e Urbanista Osvaldo Abrão de Souza disse que o Pacto vai ao encontro de boa parte dos termos contidos na Carta Produzida pelo CAU /BR, que expõe a visão dos Arquitetos Brasileiros sobre o estágio atual das cidades brasileiras e as soluções sugeridas para o futuro. “O Conselho de Arquitetura Junto com as demais entidades que assinam esse Pacto querem estar presentes nas discussões, e se não formos chamados iremos abrir o nosso caminho, independente de sermos convidados ou não. Como autarquia pública federal representante do segmento que trata com conhecimento e atribuição legal das questões da cidade, o CAU tem autoridade para se envolver nessa questão, e tudo fará para que esse Pacto seja vitorioso”, contribuiu.

João Carlos Polidoro, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) lembrou que foram realizadas diversas reuniões para produção do documento assinado. “A sociedade civil organizada se fez presente em todos os encontros que realizamos pelo Pacto. Esse documento tem o mesmo peso tanto para o prefeito quanto para os vereadores eleitos, ou seja, deverá ser respeitado e contar com a contribuição de todos do poder municipal”, reforçou.

Aos candidatos a prefeito, Polidoro enfatizou que o cenário político conturbado entre a câmara de vereadores e a prefeitura não pode se repetir na próxima gestão. “Isso foi muito ruim. Nós da sociedade civil organizada estamos dizendo por meio do Pacto que não queremos mais ver o que vimos nos últimos anos aqui em nossa cidade. Nós precisamos ser ouvidos, e todos os prefeitos que passaram por Campo Grande deixaram sua marca pessoal. Nós não queremos mais a marca pessoal somente. Nós queremos a marca da sociedade junto com o prefeito, para se construir uma cidade muito melhor de ser administrada e de se viver”, apontou.

Ao finalizar, o presidente da ACICG disse que a cobrança da sociedade à classe política será o carro-chefe da próxima fase do movimento. “A associação Comercial não é dona, mas indutora de todo o processo do Pacto Juntos por Campo Grande. Junto às pessoas que participaram das reuniões, pedimos uma gestão pública compartilhada, mirando a administração democrática, porque somos parte da cidade em todas as suas esferas e podemos participar das decisões. A sociedade por meio das entidades que estão participando tem força para cobrar e é isso o que será feito. O movimento não termina aqui; ele continua após a eleição e será a fase mais importante, onde os representantes da sociedade vão se reunir para planejar e executar tudo o que precisa ser feito, dentro do plano que traçaremos até o ano de 2040”, concluiu.

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