Mesmo com as novidades tecnológicas, tradicionais brinquedos como bonecas e carrinhos continuam a ter grande procura no Dia das Crianças. Mas quando o consumidor compra um brinquedo de R$ 50, por exemplo, paga R$ 19,85 só de tributos, ou seja, 39,7% do preço final, de acordo com ranking da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
A tributação de outros produtos que vendem bastante na época pode passar de 50%, como jogos e consoles de videogame (72,18%), tênis importados (58,59%), patins (52,78%), skate (52,78%) e patinete (52,78%), que estão no topo da lista. Já uma simples bola de futebol carrega consigo 48,49% de impostos.
“A taxação sobre os produtos que consumimos no Brasil é muito alta, é de primeiro mundo, mas o retorno disso não tem nada de primeiro mundo, já que os serviços públicos ― de educação, saúde, segurança ― deixam muito a desejar. Por isso, não podemos admitir que os eleitos nas eleições de outubro cogitem aumentar tributos; precisamos exigir que melhorem a gestão do gasto público”, comenta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Os produtos menos prejudicados pela carga tributária são livro (15,52%) e ingresso de teatro ou cinema (20,85%). Eletrônicos como notebooks e computadores, por serem isentos de IPI, também estão na parte de baixo do ranking, com tributação de 24,3%. Já as roupas têm 34,67%.
“Manter baixa a taxação sobre livros e ingressos é importante para estimular a educação e a cultura, mas é imprescindível investir na construção de escolas e na valorização dos professores”, diz Burti.
O cálculo das cargas tributárias foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Veja abaixo o ranking completo.