Renata Volpe Haddad – Campo Grande News Foto – Marcos Ermínio
Em seis meses, o número de inadimplentes em Campo Grande aumentou 49% e a quantia de dívidas registrou expansão de 45,9%. O valor das contas subiu 33%, saltando de R$ 86 milhões em dezembro para R$ 114 milhões em junho. Os dados são do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande)
Conforme o SCPC, de primeiro de janeiro até 30 de junho de 2015, são 47.906 novos inadimplentes na Capital, resultando no aumento de mais de 100 mil novos registros em seis meses, acumulando em mais de R$ 28 milhões.
De acordo com o diretor da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Roberto Oshiro, os dados são alarmantes para a economia da cidade. Ele explica que quando aumenta a inadimplência, é sinal de que o poder de compra dos consumidores caiu. “Essa situação prejudica no fluxo de caixas da empresas e gera uma concessão de créditos mais restrita, prejudicando nas vendas”, explica.
Segundo Oshiro, este cenário é enfrentado por causa dos diversos reajustes que o Governo Federal vem fazendo desde o começo do ano. “Os consumidores não deixam de pagar o que é de fundamental importância, por exemplo a conta de energia, que teve reajuste pesado, a conta de água, aumento do combustível, deixando as outras contas de lado”, comenta.
Outro caso que pode afetar no poder de consumo dos campo-grandenses, é o fato do aumento do desemprego. “O empresário enfrenta dificuldades e com isso o que ele corta é mão de obra, gerando desemprego. É provável que até o final do ano, o cenário atual não tenha mudança”, finaliza.
Tendência – Pela visão do consultor de mercado internacional, Aldo Barrigosse, o Governo Federal adotou uma política de aumento de taxas de juros e essa situação deve se manter até o primeiro trimestre de 2016. “A tendência é de manter ou aumentar os números de inadimplentes até o ano que vem. Se formos pensar, não tem como comprar o mesmo produto com o mesmo preço do ano passado”, explica.
Barrigosse afirma que os consumidores já assumiram compras parceladas e não conseguem honrar dívidas anteriores, não por vontade própria, mas porque o poder de compras diminuiu. “A reversão desse cenário atual, com recuo de inflação, pode acontecer a partir de abril de 2016”, complementa.