Comércio deixará de circular até R$ 150 milhões com feriados de 2015
quinta-feira, fevereiro 5, 2015 – 11:15
Levando em conta que Mato Grosso do Sul representa 1% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, é possível que o prejuízo anual para o comércio do Estado gire em torno de R$ 150 milhões devido aos feriados ao longo do ano. A estimativa é do diretor da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Roberto Oshiro, que também cita prejuízo para outros setores da economia, como o industrial. Uma pesquisa divulgada na terça-feira (3) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostra que o excesso de feriados ao longo de 2015 -muitos dos quais em dias imprensados com os finais de semana- vai impor ao comércio brasileiro “prejuízos na lucratividade” de cerca de R$ 15,5 bilhões, resultado 22,5% maior que em 2014, já descontada a expectativa de inflação prevista para 2015. Por feriado, destaca Oshiro, o empresário perde em torno de 10% da receita operacional da empresa, ou seja, 10% do valor decorrente das operações normais do estabelecimento. “Além da redução do movimento, porque as pessoas costumam deixar a cidade nos feriados prolongados, tem o custo a mais para abrir no feriado”, comenta, frisando que, ao contrário do comércio em geral, agências de viagens e supermercados têm mais chance de vender nesses dias. Para evitar o prejuízo, diz Oshiro, o empresário deve se planejar com antecedência. “Ele deve adequar seu estoque de acordo com os feriados e organizar um rodízio de funcionários, evitando a insatisfação dos mesmos”. Para o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Ricardo Kurinari, os feriados prejudicam o setor, mas os empresários devem aproveitar essas datas, quando possível, para reverter a situação. “O acordo coletivo entre o sindicato patronal e o laboral prevê que as lojas não abram apenas em feriados específicos, como 1° de janeiro, 1° de maio, 2 de novembro, 25 de dezembro e na sexta-feira santa”, explica. Segundo Kurinari, muitos consumidores viajam durante os feriados. Em contrapartida, muitas pessoas do interior vêm passear na Capital, e o empresário tem que usar a criatividade para atrair o público. “Pensando nos feriados, as lojas dos shoppings preparam promoções com antecedência. Normalmente a movimentação é considerável nesses dias porque nem todas as lojas de rua abrem, por ser opcional. Sendo assim, é preciso reforçar as vendas”. Sobre o custo adicional para abrir a loja no feriado, Kurinari resume: “O empregado terá direito a uma indenização equivalente a 7% do valor do piso salarial, além de vale transporte e lanche”. Por Rauster Campitelli. Fonte: Jornal O Estado