Por Aifa Naomi Uehara de Paula –Presidente do Sicoob Central MT/MS “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Essa frase do professor americano Leon C. Megginson, muitas vezes atribuída de forma equivocada a Charles Darwin, traduz um processo necessário a todos os seres. Não existe mais espaço no mundo, especialmente no dos negócios, para os portadores da “Síndrome de Gabriela” (“eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”), ou seja, aqueles que justificam terem nascido daquela forma e por isso não conseguiriam mudar.
Com a crise, o mercado econômico foi modificado. Nada mais estava garantido e foi preciso adaptar-se para continuar vivo ou morrer por permanecer estagnado. Mas isso foi positivo sob muitos aspectos, porque obrigou as instituições a evoluírem, a entender melhor seus clientes e a aprimorar os serviços oferecidos. Mexer em time que estava ganhando se tornou algo necessário e constante.
Mesmo que assuste, mudar não precisa ser um processo que cause sofrimento. Mas para que as transformações ocorram de forma tranquila e assertiva, cada um precisa estar disposto a mudar e se movimentar para fazer o que é preciso. Às vezes a mudança é apenas no comportamento e em como encarar novos procedimentos e no caso das empresas, valores como sustentabilidade e qualidade no ambiente de trabalho tiveram que fazer parte das gestões.
As cooperativas de crédito, por exemplo, nasceram a partir de um grupo de pessoas que precisava de serviços financeiros, e que não estava satisfeito com o que era oferecido pelos bancos tradicionais, e resolveu usar o que tinha para oferecer os mesmos produtos, mas com taxas mais baixas. Com o tempo, as cooperativas cresceram e precisaram se adaptar ao cenário econômico em cada país para oferecer o melhor para os seus associados.
Hoje, as quatro maiores cooperativas de crédito do país, juntas, são a sexta maior instituição financeira brasileira com R$ 126 bilhões em ativos e mais de oito milhões de associados, o que mostra o quanto iniciativas que fogem do tradicional podem dar certo e que ainda há espaço para crescer. Nos dois estados em que o Sicoob Central MT/MS atua, crescemos cerca de 15% no número de associados em 2016 e estamos nos movimentando para aumentar as agências e levar atendimento para cada vez mais pessoas.
E se pensarmos que no Brasil 55 milhões de pessoas não possuem conta em instituição financeira, existe um potencial a ser explorado que só depende de como vamos nos movimentar para atendê-los. No Sicoob temos investido na gestão de pessoas, porque os nossos funcionários são a base das cooperativas. Formação continuada e um plano de cargos e salários foram maneiras que utilizamos para valorizar quem está na ponta e consequentemente melhorar o atendimento aos nossos associados, pois esse contato individualizado é uma marca do Sicoob.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre megatendências mundiais para 2030 mostrou que 57% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo virá dos países em desenvolvimento, como o Brasil. Mas, para decidir quem estará nesse cenário, é preciso sair da acomodação e ter a capacidade de superar novos desafios. Mudar é preciso, mas é necessário optar pela mudança. E como já disse o cientista inglês Stephen Hawking: “inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”.