ACICG integra reunião do Conselho Deliberativo da CACB

*Com informações da CACB

Nesta segunda-feira (05/12), o Conselho Deliberativo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) realizou sua última reunião de 2022, em Porto Alegre, na sede da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul).

O evento contou com a participação da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), representada pelo primeiro-secretário da entidade, Roberto Oshiro.

Na ocasião, o presidente da Confederação, Alfredo Cotait Neto voltou a criticar a PEC da transição, que prevê o gasto de R$ 200 bilhões fora do teto para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600. “Não somos contra o auxílio, pelo contrário, mas usá-lo como argumento para infringir uma decisão anterior, de uma emenda constitucional, não é certo. Temos de nos posicionar contrários, independente de como isso for caminhar”, declarou.

Cotait completou dizendo que a PEC é “danosa ao país” e que, neste momento, as entidades de representação empresarial devem ampliar sua ação, ou todo esforço que foi feito pela reforma da Previdência, vai por água abaixo apenas nesta ação. “Peço a todos da nossa Diretoria que acionem sua rede de Associações Comerciais, para que eles façam contato com deputados e senadores alertando sobre o risco que seria essa aprovação”, solicitou.

Neste sentido, informou o superintendente da CACB, Carlos Rezende, que a entidade enviou uma carta a todos os deputados, informando seu posicionamento e reforçando o apoio ao Auxílio Brasil, mas com recursos oriundos do orçamento.

Outro tema posto na pauta foi o PL 108/2021, que enfrenta dificuldade para ser aprovado na Câmara dos Deputados. “Temos que aprovar pelo menos a ampliação do teto do MEI este ano, isso é fundamental. Se não der, incluímos a micro e a pequena empresa em outro projeto, para o ano que vem”, disse Cotait.

O vice-presidente da CACB e presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, chamou a atenção para importância de se concentrar forças também no PL 127/2021, que prevê uma simplificação na cobrança do ICMS. Nesse caso, se o faturamento da empresa atinge o sublimite estadual do Simples Nacional, as empresas devem pagar o ICMS e o ISS por fora.

Segundo Anderson, também coordenador do Comitê Jurídico da Confederação, existem bons subsídios e projetos já mapeados pelo grupo, que devem ser protagonizados pela CACB. “Somos a entidade com maior possibilidade de movimentação de pautas que reflitam no desenvolvimento econômico do país, com um espaço que poucas vezes vimos no cenário nacional”, afirmou.

Por fim, ele lembrou da importância das reformas administrativa e tributária para o cenário dos próximos anos. Para Anderson, o novo governo não deve ter esses temas como projeto central e que, mesmo que a tributária venha, pode vir com aumento de carga, ponto que a CACB se opõe desde o início das discussões referentes ao tema. “Precisamos firmar posição neste momento, para vincular nossa opinião a outras que virão no futuro, também quando falamos da PEC da transição. Não devemos apenas criticar, mas apresentar alternativas”, completou.

O presidente da CACB sugeriu, então, a formulação de uma pauta prioritária para 2023, com projetos de interesse favorável ou contrário às Associações Comerciais, para ser apresentada ainda este ano, às entidades da rede e à imprensa, para que fique claro o posicionamento que se tem sobre cada tema. “Um texto consensual, para que todas as nossas entidades possam apoiar, e que inclua, entre outros temas, as reformas estruturais”, propôs.

Outro assunto que teve espaço na pauta foi a criação da empresa, de capital fechado, em que os sócios seriam a CACB, Federações, Associações Comerciais e parceiros estratégicos, com o objetivo de fortalecer a rede.

De acordo com o superintendente Administrativo da CACB, Claudio Queiroz, a empresa terá um viés mais tecnológico, para ofertar produtos e serviços, mas também para ensinar as entidades a venderem e a terem condições de se desenvolver e evoluir. “E isso inclui a ampliação de receitas e a valorização da rede”, disse.

O presidente Cotait garantiu que a empresa será constituída ainda este ano, para que logo seja definido o modelo de negócio e ela passe a operar, de fato. “Estou apostando muito nisso, porque, tenho certeza, esse é o caminho que vamos traçar para fortalecer a CACB e, ao fim do nosso mandato, estarmos com ela organizada e com subsistência”, afirmou.

Parceria com o Sebrae

Em participação virtual, o diretor Técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, destacou a legitimidade da CACB, pelo fato de as ACEs serem entidades de representação de livre adesão, incluindo todos os setores da economia, o que a leva a ter uma visão sistêmica, matricial, fundamental para instituições que querem fomentar competitividade e produtividade.

“Discutíamos há pouco os desafios que teremos para o ano que vem e não há nenhum deles que não passe por uma rede com presença capilar e com capacidade de identificar problemas, formular respostas, articular parcerias e concretizar entregas. A força do Sebrae está nas suas parcerias e, para nós, não há parceria mais oportuna e sinérgica do que com o sistema CACB”, afirmou.

Bruno também elogiou a condução do Empreender e falou da importância de aproximar os Sebraes estaduais das Federações ligadas à CACB, para concentrar energias em bons projetos, que gere receitas e entregue serviços às empresas.

Serviços

O diretor de Serviços da CACB, Maurici Dias Gomes, fez uma apresentação sobre os produtos e serviços que a CACB oferece à rede e falou sobre a criação do Comitê que tem debatido o tema com representantes das 27 Federações da rede. “Temos feito encontros muito produtivos em que o principal objetivo é a troca de experiências e a interação mais próxima com soluções empresariais que têm obtido êxito e que são oportunidade para o desenvolvimento de novos negócios”, disse.

Ainda sobre o tema, o 1º vice-presidente da CACB, Ernesto Reck, disse que vamos, com convicção, construir uma CACB muito forte e com muitos produtos a serem disponibilizados à rede. “Como já dissemos, 2022 foi o ano para entendermos os processos, mas, em 2023, tiraremos essas ideias do papel e ganharemos fôlego para crescermos”, afirmou.

CMEC

A presidente do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Ana Clauda Badra Cotait, destacou o sucesso do 3º Liberdade para Empreender, evento que reuniu mais de 800 mulheres em São Paulo no fim de novembro, um encontro de sucesso em prol do empreendedorismo feminino.

“Agora, seguimos com o projeto Desenvolve Mulher Empreendedora, que estamos desenvolvendo em parceria com o Sebrae. Já temos 13 estados com agenda marcada para fazermos a sensibilização do projeto e eu conto com o apoio de vocês, presidentes, para os encontros que faremos e para que tenhamos ainda mais força em 2023”, pediu.

Empreender

O vice-presidente da Micro e Pequena Empresa da CACB, Itamar Manso, falou sobre o andamento do Empreender, que esta semana lança o edital para mais uma edição convencional, que desta vez vai focar no fortalecimento de empresas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Semana passada estivemos em Maringá, no evento de comemoração dos 22 anos do Empreender, alcançando 82 núcleos e 1200 empresas e é este o case em que queremos nos espelhar e seguir na trilha do programa, que passa pela valorização dos pequenos, mas também da melhoria da representatividade das nossas ACES”, declarou.

Rezende, também coordenador Nacional do Empreender, lembrou que esta edição do programa está dividida em três eixos. O primeiro, de apoio a demandas, já está recebendo propostas. O segundo, citado por Itamar, tem como objetivo fortalecer empresas por meio do associativismo e será lançado ainda esta semana.

“Vamos, com o Empreender, durante 15 meses, apoiar a criação de núcleos setoriais, por meio de propostas apresentadas pelas ACEs, com anuência das Federações, com o aporte de, aproximadamente, R$ 55 mil”, explicou.

O terceiro eixo, melhoria da representatividade das ACEs, também começa a ser trabalhado esta semana, em evento que será realizado em Brasília, em que entidades da rede e Sebraes de seis estados – Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina – apresentarão cases de sucesso que servirão de base para o projeto, que pretende capacitar líderes de 400 Associações com o objetivo de fortalecer as entidades institucionalmente.

Ao fim da reunião, após a apresentação do balanço financeiro e da apresentação da agenda para 2023, seguindo uma tradição gaúcha, Anderson presenteou Cotait com uma faca comemorativa, em alusão aos 95 anos da Federasul, comemorados este ano.

O presidente da CACB agradeceu o presente e afirmou que, no novo ano, a Confederação vai andar ainda mais para a frente. “Queremos uma entidade diferente, que olha para o futuro, entendendo ser uma rede de valor incomensurável. Que tenhamos um 2023 muito bom para a CACB e para o nosso Brasil”, finalizou.

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