Impostos - ACICG.

ACICG inaugura impostômetro para alertar sobre altos tributos

Painel compõe série ações em alusão aos 90 anos da entidade e mostra, em tempo real, impostos arrecadados pelos governos federal, estadual e municipal

Somente nos dois primeiros meses do ano, os campo-grandenses pagaram mais de R$360 milhões de impostos ao município. Já em Mato Grosso do Sul, a população desembolsou mais de R$1,6 bilhão em tributos ao governo do estado. Em âmbito federal o impacto é ainda maior. São mais de R$360 bilhões pagos pelos brasileiros.

Para conscientizar a população sobre os altos tributos cobrados pelo poder público, e em comemoração aos 90 anos da entidade, a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) inaugurou na última quinta-feira (03), o Impostômetro, um painel eletrônico que mostra a arrecadação em tempo real na capital, em Mato Grosso do Sul e no Brasil, a qualquer hora do dia.

Instalado na fachada da ACICG, o painel pode ser amplamente visualizado pelos que transitam na Rua 15 de Novembro, em frente à Praça Ary Coelho. O presidente da Associação Comercial, João Carlos Polidoro, explica que a iniciativa faz parte de uma luta antiga da entidade pela redução da carga tributária. “O povo não aguenta mais pagar a conta, pois a cada necessidade ou dificuldade, o governo eleva os impostos. Somos contra, pois isso emperra o desenvolvimento prejudicando empresas, empregos e a sociedade. E nem sempre a arrecadação volta em serviços públicos para beneficiar a população. Queremos que as pessoas se conscientizem do quanto pagam, e cobrem mais pelos seus direitos”, alerta.

Representante da classe empresarial, Polidoro ressalta que os consumidores são os mais afetados pela alta tributação. “Muitas vezes o empresário é taxado como vilão da história, mas nós somos meros repassadores, pois quem paga o imposto é a dona de casa, que na compra do mês para alimentar sua família, paga mais de um terço do valor em imposto. Então todos nós precisamos cobrar um retorno do poder público, uma vez que essa arrecadação corresponde a de países ricos, e nós temos prestações de serviços públicos comparados a dos mais pobres do mundo”, afirma.

A inauguração do impostômetro também vai ao encontro de uma das bandeiras defendidas no movimento #JuntosFaremos, lançado ano passado pela ACICG. “O impostômetro reforça a batalha por menos impostos, levantada pela Associação Comercial. Com tanto dinheiro entregue ao governo, nós não podemos ser pautados pelos políticos. Nós precisamos pauta-los. Chega de baixarmos a cabeça e não fazermos de fato o que o cidadão precisa fazer, que é cobrar pelo que paga, e paga caro”, explica o primeiro-secretário da ACICG, Roberto Oshiro.

Só no ano passado, o brasileiro trabalhou cinco meses para pagar os impostos, taxas e contribuições destinadas aos cofres públicos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

Sobre o Impostômetro

O primeiro Impostômetro no país foi inaugurado em 2005, fruto de uma parceria entre o IBPT, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e a Associação Comercial de São Paulo. A ferramenta considera impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária nas três esferas de governo.

Em Campo Grande, o equipamento analisa o somatório das receitas correntes, incluindo além das arrecadações de tributos municipais (IPTU, ISS, ITBI, taxas e previdências municipais), o montante das transferências constitucionais realizadas pela União e pelo estado, bem como outras receitas não tributárias (como patrimoniais, industriais, etc). 

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